quinta-feira, 24 de novembro de 2011

MULHER DE 30


“Tome a mesma moça aos 20 e aos 30 anos. No segundo momento ela será umas sete ou oito vezes mais interessante, sedutora e irresistível do que no primeiro.
Ela perde o frescor juvenil, é verdade. Mas também o ar inseguro de quem ainda não sabe direito o que quer da vida, de si mesma e de um homem. Não sustenta mais aquele ar ingênuo, uma característica sexy da mulher de 20. Só que isso é compensado por outros atributos encantadores que reveste a mulher de 30. 
Como se conhece melhor, ela é muito mais autêntica, centrada, certeira no trato consigo mesma e com seu homem.
Aos 30, a mulher tem uma relação mais saudável com o próprio corpo e orgulho da sua vagina, das suas carnes sinuosas, do seu cheiro cítrico. Não briga mais com nada disso. Na verdade, ela quer brigar o menos possível. Está interessada em absorver do mundo o que lhe parecer justo e útil, ignorando o que for feio e baixo - astral. Quer é ser feliz. Se o seu homem não gosta dela do jeito que é, que vá procurar outra. Ela só quer quem a mereça. 
Aos 30 anos, a mulher sabe se vestir. Domina a arte de valorizar os pontos fortes e disfarçar o que não interessa mostrar. Sabe escolher sapatos e acessórios, tecidos e decotes, maquiagem e corte de cabelo. Gasta mais porque tem mais dinheiro. Mas, sobretudo, gasta melhor. E tem gestos mais delicados e elegantes. 
Aos 30, ela carrega um olhar muito mais matador quando interessa matar. E finge indiferença com muito mais competência quando interessa repelir. Ela não é mais bobinha. Não que fique menos inconstante. Mulher que é mulher,se pudesse, não vestiria duas vezes a mesma roupa nem acordaria dois dias seguidos com o mesmo humor. Mas, aos 30 ela,já sabe lidar melhor com esse aspecto peculiar da sua condição feminina. E poupa (exceto quando não quer) o seu homem desses altos e baixos hormonais que aos 20 a atingiam e quem mais estivesse por perto, irremediavelmente. 
Aos 20, a mulher tem espinhas. Aos 30, tem pintas, encantadoras trilhas de pintas, que só sabem mesmo onde terminam uns poucos e sortudos escolhidos.
Sim, aos 20 a mulher é escolhida. Aos 30, é ela quem escolhe. E não veste mais calcinhas que não lhe favorecem. Só usa lingeries com altíssimo poder de fogo. Também aprende a se perfumar na dose certa, com a fragrância exata.
A mulher de 30, mais do que aos 20, cheira bem, dá gosto de olhar, captura os sentidos, provoca fome. Aos 30, ela é mais natural, sábia e serena. Menos ansiosa, menos estabanada. Até seus dentes parecem mais claros; seus lábios, mais reluzentes; sua saliva, mais potável. E o brilho da pele não é a oleosidade dos 20 anos, mas pura luminosidade.
Aos 20 ela rói as unhas. Aos 30, constrói para si mãos plásticas e perfeitas. Ainda desenvolve um toque ao mesmo tempo firme e suave. Ocorre algo parecido com os pés, que atingem uma exatidão estética insuperável. Acontece alguma coisa também com os cílios, o desenho das sobrancelhas, o jeito de olhar. Fica tudo mais glamouroso, mais sexualmente arguto.
Aos 30, quando ousa, no que quer que seja, a mulher costuma acertar em cheio. No jogo com os homens já aprendeu a atuar no contra - ataque. Quando dá o bote é para liquidar a fatura. Ela sabe dominar seu parceiro sem que ele se sinta dominado. Mostra a sua força na hora certa e de forma sutil.
Não para exibir poder, mas para resolver tudo ao seu favor antes de chegar ao ponto de precisar exibi-lo. Consegue o que pretende sem confrontos inúteis. Sabiamente, goza das prerrogativas da condição feminina sem engolir sapos supostamente decorrentes do fato de ser mulher.” (Honoré de Balzac)

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

O CONSUMIDOR NO BANCO DOS RÉUS

TEXTO PUBLICADO NA REVISTA EVIDÊNCIA TOP DE OUTUBRO DE 2011



Economia aquecida, crédito facilitado, empréstimos sem burocracias. Até poderia tratar aqui da inadimplência, da compulsividade por comprar, da falta de controle financeiro, mas não leitor, vou falar é da falta de respeito com o consumidor.
Diariamente leio e escuto reclamações referentes às empresas e produtos, dentre os mais diversos possíveis, principalmente, no que diz respeito ao atendimento ao consumidor, o não cumprimento de contrato, prazos e garantias. Com toda certeza isso não é privilégio meu, afinal, pelo menos uma vez na vida, cada um de nós passou por algum inconveniente do tipo, não é mesmo?
Dias atrás, chamou atenção uma foto que circulou nas redes sociais, em que um consumidor insatisfeito colou no próprio carro (carro esse que era de uma dessas marcas “ORICHINAIS”) o número de seu telefone celular com os seguintes dizeres: “Não valeu a pena! Pergunte a minha opinião”. Um verdadeiro protesto, no mínimo inusitado, para chamar a atenção dos demais. Fico imaginando por tudo que este cidadão passou para ter essa atitude.
Infelizmente, o desrespeito ao consumidor não é peculiaridade da tal marca de automóveis lá do “oriente”. Em diversos segmentos é isso que se vê, é isso que se sente na pele. Enquanto nós, consumidores, estamos lá, indecisos e ansiosos com o que vamos comprar, o tratamento é um (só falta te pegarem no colo), entretanto, a partir do momento em que você tira o produto/mercadoria da loja e/ou contrata o serviço... ah! Caríssimos, daí é melhor rezar.
Garantias prorrogadas, garantias da loja ou o “qualquer probleminha você volta que nós resolvemos”... não caía nessa! Essas promessinhas eles (vendedores) aprenderam em algum horário eleitoral gratuito (afinal, é gratuito!). Assim, eu cheguei a uma conclusão: quem deve ir para o banco dos réus é o CONSUMIDOR!
Na maioria das vezes as coisas se tornam um imbróglio tão grande que é assim que nos sentimos, não é? Em alguns casos, as empresas têm um poder de convencimento tão grande que o consumidor sente até vontade de ajoelhar-se e pedir perdão por reclamar de um produto pelo qual está PAGANDO.
Por muitas vezes os casos tornam-se tão sérios que o consumidor já espera sair algemado da “audiência” no PROCON, afinal, onde já se viu o “culpado” reclamar do que ele mesmo comprou?
De um lado informações desencontradas, distorcidas, atendentes despreparados e acima de tudo, a famosa “cara-de-pau” de alguns em querer levar vantagem sobre o outro. Por outro lado, angústia, humilhação e nervosismo por parte daquele “culpado” que não quer nada mais, nada menos que o seu problema seja resolvido.
No entanto consumidor, apesar de ser o “culpado” por ter comprado tal produto ou assinado tal contrato, trancafiar-se em uma prisão sem nem mesmo ter sido julgado, sem nem mesmo ter recebido a sentença definitiva, não é a melhor solução.
Mesmo “culpado”, sinta-se no direito de recorrer, “com total liberdade”, atrás das garantias que lhe são devidas. Rebele-se contra os oportunistas! As empresas têm que saber o poder que tem uma “rebelião” de “culpados”.
Ficar “algemado” não vai resolver nada e se te colocaram na “cadeira dos réus”, levante-se e mude-se para a bancada da acusação, armado de todas as provas.
Detalhe: isso não é um texto de auto-ajuda. Não tenho esse “dom”.