Texto publicado na revista Evidência TOP de junho de 2012 - acesse também: www.evidenciatop.com.br
Maria Eugênia Firmino Brunello
Muitas denominações, muitos codinomes. Não só conhecida simplesmente como Ribeirão Preto, a cidade despontou como sinônimo de prosperidade para o restante do Brasil.
O município teve seu “diamante” café trocado pelo “ouro verde” da cana-de-açúcar. Privilegiada por ser abastecida por água de boa qualidade, diretamente do Aquífero Guarani, teve sua fama de “terra do chopp” reforçada e difundida. Terra roxa, terra quente, com duas estações bem definidas... o verão e o “inferno”, ultimamente, tem recebido o apelido nada agradável de “HellBeirão”.
156 anos de história, mais de 600 mil habitantes, atraindo olhares políticos, sociais e econômicos.
Porém, todavia, contudo, entretanto, não só de bônus vive a população ribeirãopretana. Essa propaganda toda “inchou” a cidade de gente à procura do sucesso econômico que se via na Califórnia Brasileira.
Aguentamos calados e doentes as queimadas da cana e nem por isso ganhamos um bom desconto no etanol.
Vivemos em meio uma disputa política entre Estado e Município, um verdadeiro “cabo de guerra”... uma aposta sem fim sobre quem vencerá pelo cansaço.
Ao mesmo tempo em que temos um aeroporto e uma rodoviária dignos de uma cidade de pequeno porte, temos nomes de políticos locais envolvidos em escândalos de grande monta que variam desde enriquecimento fugaz, caronas em jatinhos particulares e assessor transformado em motorista particular.
A era cafeeira se foi, mas não levou junto o hábito de alguns “coronéis” modernos. Hoje, os coronéis mudaram de ramo, deixaram de ser cafeicultores e enveredam pelas redes de comunicação, empresarial, “filantropia” e alguns (que fique claro, alguns) emplacaram na vereança.
Hoje tenho cá minhas dúvidas se Ribeirão Preto seja “orgulho de São Paulo e do Brasil” ou não passa de mera negociata política, principalmente, no que diz respeito ao governo do Estado que só sabe nos presentear com presídios e cortes de verba.
Mais de um século e meio de história, referência na saúde e no ensino superior, internacionalmente conhecida por pesquisas aqui desenvolvidas, umas das melhores cidades no ranking brasileiro... muito a organizar, muito a prosperar, muito a modernizar... mesmo assim: PARABÉNS, RIBEIRÃO PRETO! Que não é mais a “terra do café”, que não tem mais o coração “aberto ao sol pelas enxadas”, mesmo porque, hoje a plantação é de cana e a colheita é mecanizada.
