Dicas de como não perder sua privacidade

Texto publicado na Revista Evidência TOP de novembro de 2012 - acesse www.evidenciatop.com.br 

Por Maria Eugenia Firmino Brunello

Assunto recorrente nas mídias, com recentes notícias alarmantes nos telejornais, a nossa privacidade anda cada vez mais ameaçada pela expansão da utilização das redes sociais e informatização das mais diferentes informações.

Recentemente, a revista eletrônica dominical, “Fantástico”, apresentou aos telespectadores como era fácil descobrir sonhos, roteiros e muitas outras coisas a respeito do cotidiano dos usuários da rede. Pensando nisso, vamos a algumas dicas bastante úteis para manter sua intimidade protegida:

- não nasça, pois, logo, sua foto “sem roupa” e sem dente já vai ser exibida na TV da maternidade e no berçário digital;

- não converse com ninguém e nem faça amizades;

- nunca conte seus segredos... quando você menos esperar tudo será usado contra você mesmo;

- jamais cometa deslizes na sua vida, em especial, não fique devendo pensão alimentícia aos filhos, afinal, uma simples busca no Google já vai direcionar seus “inimigos” para o diário oficial em que está publicada sua sentença;

- nunca preste vestibulares e nem concursos públicos. Suas notas e seu RG estarão disponíveis pelo o resto da eternidade (por favor, estude mais);

- nem pensar em cadastrar-se em nenhuma rede social... por mais que tente colocar as letras mais estranhas para identificar-se, sinto informar, você será encontrado;

- em hipótese alguma faça comentários e nem ouse “mendigar” prêmios inúteis em blogs ou páginas comprometedoras... acredite, os sites de busca acharão você... sempre acham;

- não viva, não se relacione, não fale e não escreva...

Mas, se mesmo assim você quiser “ser participante” nesta vida, jogue sua privacidade na privada e dê descarga.

Há coisas inevitáveis na existência, uma delas é que você precisa “perder” algumas coisas para poder “viver” outras... sempre com a devida cautela, mas, é inevitável!

NÓS E A NOSSA MANIA!

Texto publicado na Revista Evidência TOP de outubro de 2012 - acesse www.evidenciatop.com.br 

Por Maria Eugenia Firmino Brunello 

          Nós e a nossa mania de ser um “julgador”... digo NÓS, porque mais uma vez me incluo nisso. Somos seres com um limiar muito baixo de tolerância mútua para aceitar sem julgar as diferentes opções dos nossos semelhantes.

        Os últimos meses foram provas irrefutáveis disso tudo. As eleições trouxeram à tona (e sempre trazem) preferências políticas e partidárias que não são unânimes e é saudável que não seja. Porém, quantas “amizades” foram desfeitas nas redes sociais pelo fato de um não concordar com a escolha do outro? Já diziam os mais velhos: “religião, política e futebol não se discute”... oras, mas por que não? A resposta é muito simples: não estamos prontos e abertos para aceitar “o diferente” e muito menos, muitas vezes, não temos argumentos plausíveis para rebater certas idéias.

      Temos essa mania para tudo. O gosto musical do outro nos causa horror e o faz menos “culto”, o partido e o voto do outro o torna da “mesma laia” dos afins que cometeram deslizes, o jeito de vestir do outro nos incomoda, a religião e a crença dos outros os fazem “cegos”, a opção sexual do outro o torna a pior pessoa do mundo, o time de futebol do outro, então,... nossa, nem se fala! Estou mentindo?

       Esse “dom” de julgar tem sim suas raízes culturais em uma “sociedade-padrão” em que quem sai do eixo traçado, logo, é julgado. 

      Ainda não compreendemos o quanto podemos e devemos ser “fora dos padrões” e principalmente, ainda não entendemos e incorporamos o conceito de tolerância. 

      Julgamos e somos julgados o tempo todo seja pela roupa que usamos, seja pelo “IMC” (índice de massa corporal) em que estamos, pelo time que torcemos ou pela “piscadinha” maliciosa que damos... sim, talvez isso tudo seja parte da nossa natureza humana, mas precisamos pensar e começar a agir sendo “juízes” de nós mesmos. 

       Apontar o dedo para si não é nada fácil, mas, calma! Não se esforce muito, continue apontando o dedo para os outros, afinal, teremos sempre, pelo menos três voltados para nós. 

       Já estamos condenados.